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terça-feira, 14 de outubro de 2008

PARTE 4- Romanos- George Howes

— ROMANOS 5:12 – 8:39 —
Romanos 5:12 – 21O apóstolo aqui começa a falar da bênção cristã sob um outro ponto devista. Até aqui tem tratado da questão dos pecados cometidos pelos homens e temmostrado como aquele que crê em Cristo é justificado deles e colocado no favordivino com a certeza de ter parte na glória futura.Agora, todavia, começa a falar sobre a natureza pecaminosa que nóstemos como descendentes de Adão, e desenvolve um pouco a verdade dareconciliação mencionada no versículo 11.Um ponto de grande importância neste trecho é que nele os nossos olhossão dirigidos para Cristo — não só para aquilo que Ele tem feito a nosso favor,mas também para a Sua pessoa. Assim os nossos corações são atraídos maispara Ele, e, à medida que O vamos apreciando, o nosso amor por Ele aumenta.Romanos 5:12, 18 e 19Nesses versículos o apóstolo apresenta-nos três contrastes:1 — Duas pessoas: Adão e Cristo.2 — Dois atos: o de Adão, um ato do pecado; o de Cristo: um ato de justiça.3 — Dois resultados desses respectivos atos: a morte e a vida.Vemos que o resultado do ato de Adão alcançou em todo o tempo os queestão identificados com ele, e da mesma maneira o resultado do ato de Cristoalcança todos os que com Ele estão identificados.Adão como cabeça da raça humana caiu pelo pecado, e na sua quedalevou-a toda consigo.Foi pela desobediência de um homem que todos os outros foram feitospecadores, e não pelos seus próprios pecados. Todos têm pecado, cada um temos seus próprios pecados, mas aqui não se trata desse fato, mas antes do estadode pecados de que todos participam igualmente, como disse Davi: “em pecado meconcebeu minha mãe” (Sl 51:5).Assim fica confirmado o estado verdadeiro do ser humano como parece aosolhos de Deus. Em conseqüência do pecado de Adão, a sua vida e a vida de todosque estão identificados com ele, tornou-se uma vida condenada — a morte passoupor todos. Essa vida não pode consistir diante de Deus.Agora, porém, se manifestou a grandeza da misericórdia e do amor deDeus. O Filho de Deus, tornando-Se homem, carregou o peso da condenação doprimeiro homem, e pela Sua morte — aquele ato supremo de amor e da justiça —estabeleceu a justiça divina e abriu o caminho pelo qual Deus, tendo ressuscitadoJesus, pode nEle, e por meio dEle, abençoar a todos os que nEle crêem,dando-lhes vida nEle.Assim, Cristo em ressurreição tornou-Se em fonte de nova vida, e o crenteque a possui fica inteiramente justificado de toda a questão ou imputação dopecado. Em Cristo alcançamos a justificação de vida.17Todos que estão relacionados com Adão são constituídos ou feitospecadores; todos os que estão identificados com Cristo são constituídos justos.Romanos 5:13 – 17Esses versículos formam um parêntesis em que o apóstolo desenvolve oassunto. Principia por demonstrar que a morte não é somente o resultado dadesobediência do homem a um mandamento explícito, a uma lei, mas que éresultado necessário da presença do pecado, ainda que não houvesse atransgressão de uma lei. Isto é provas do pelo fato da morte ter reinado desdeAdão a Moisés, durante o período em que Deus não deu aos seres humanos leialguma (veja Gn 2 a Êx 20).Concluímos então que todos que pertencem à raça de Adão estão, pornatureza, debaixo da condenação e do poder da morte, independentemente daquestão dos atos praticados por cada indivíduo.Podemos referir-nos aqui ao caso de Enoque (veja Gn 5:24); ele nãomorreu, foi uma exceção à regra; porém, lemos em Hebreus 11:5 que foi pela féque Enoque foi arrebatado, e isto confirma o argumento do apóstolo, quer dizer,que é só pela fé que se pode alcançar a libertação.No versículo 14 lemos que Adão é “figura daquele que havia de vir” eassim, graças a Deus, podemos virar-nos de Adão para contemplarmos a Cristocomo a nossa Cabeça. Voltamo-nos do primeiro Adão descobrindo que temosparte nAquele que é chamado “o último Adão”; voltamo-nos do primeiro homemem toda a sua ruína para contemplarmos o Segundo Homem, Jesus Cristo, emtoda a Sua perfeição. Tudo ficou perdido em Adão, e agora para os crentes tudo éassegurado em cristo. Com alegres corações podemos, portanto, contemplarAquele que é agora a nossa Cabeça — não Adão, mas Cristo.Que grande graça é a graça divina que assim nos identifica com Cristo, enEle nos dá vida, uma vida nova, à qual o pecado não se pode ligar!Romanos 5:20 e 21Vemos aqui a razão por que Deus deu aos homens a Sua Lei. Ninguémpodia se justificar por ela diante de Deus, mas foi dada afim de manifestar oterrível caráter do pecado. A Lei não foi a causa do pecado abundar, disto já haviamuito, mas por meio dela o pecado tornou-se em transgressão, e a sua força ficouaprovada. Graças a Deus, porém, que onde o pecado abundou, superabundou agraça.Do nosso lado, só pecado; do lado de Deus, só graça divina — sim, graçasuperabundante!A morte é, em nós, o resultado de sermos filhos de Adão, nascidos empecado; a vida eterna é o resultado da livre operação da graça divina que nosalcançou, de uma maneira absolutamente justa, por Jesus Cristo, nosso Senhor,porque agora a graça reina pela justiça, por meio dEle.Se no atual estado das coisas fosse a justiça que reinasse, seria paracondenação de todos; mas agora a graça reina pela justiça, por Jesus Cristo, e oresultado para aquele que crê, é a vida.Bem podemos levantar os nossos corações em adoração a Deus aocontemplarmos Cristo em toda a Sua glória, posto por Deus para Cabeça de todos.18Oh!, que alegria apreciarmos que, diante de Deus, estamos identificadoscom Cristo; assim exclamamos: Não Adão, mas Cristo!Mais um passo e exclamamos: Não eu, mas Cristo!A alma aprende a apreciar Cristo mais do que tudo e mais do que a simesma.Romanos 6:1 – 5O apóstolo agora contradiz a idéia de que o conhecimento e gozo dasoberana graça de Deus possam ser acompanhados pelo desejo de serpermanecer na prática do pecado. Muitas vezes, ouvindo a bendita verdadecontida nas palavras “pela graça sois salvos, por meio da fé” (Ef 2:8), diz-se queum tal ensino levará quem o receber a ser pouco cuidadoso na sua vida cristã eque produzirá maus resultados. Quão diferente, porém, é o pensamento de Deusmanifestado nestes versículos.Se, tendo crido em Cristo, estamos hoje identificados com Ele, em vidanova, é um resultado de termos sido identificados com Ele na Sua morte.Aos olhos de Deus foi posto termo, pela morte de Cristo, a tudo quantoéramos como filhos de Adão, isto é, à nossa antiga condição como pertencendo àraça condenada de Adão; e é sobre este terreno que entramos no gozo da nossavida em Cristo.Claro é então, que, se reconhecermos que por meio da morte de Cristoestamos mortos quanto ao pecado, não podemos pensar em viver mais nele; talproceder seria o mesmo que negar o que professamos.O apóstolo em seguida confirma este pensamento, chamando a nossaatenção para o significado do nosso batismo. Se temos sido batizados no nome doSenhor Jesus, temos sido por esse meio identificados, quanto à nossa posiçãoneste mundo, com a morte de Cristo — batizados na Sua morte.“Não sabeis isso?” pergunta o apóstolo. Convém perguntarmos a nóspróprios se temos apreciado esta verdade, e correspondido a ela na nossa vidaprática.É por meio da morte, a morte de Cristo e a nossa morte nEle, quealcançamos a vida, e não podemos continuar a viver naquela vida que foicondenada na cruz de Cristo; a fé reconhece que aquela vida antiga acaboujudicialmente na morte de Cristo.Agora, identificados com o Cristo ressurreto, devemos andar em novidadede vida.Romanos 6:6 – 8Este versículo 6 começa com as palavras “sabendo isto” etc. Porventura,temos nós apreciado o que se segue a essas palavras? Podemos nós dizer quesabemos? E qual é a verdade indicada? Leiamos: “o nosso velho homem foi comele crucificado”.A expressão “o nosso velho homem” descreve a nossa condição comoidentificados com o primeiro Adão, tendo uma vida condenada por motivo dopecado. Isto, graças a Deus, foi aos Seus olhos condenado e finado na morte deJesus, a fim de que o pecado não mais tivesse domínio sobre os nossos corpos eque não o servíssemos mais.19Se temos apreciado o verdadeiro caráter do “nosso homem velho” comosendo em tudo o contraste daquilo que Deus é, e por isso odioso a Deus, será comgrande alívio que veremos a maneira como Ele o julgou na morte de Cristo.O que vemos nestes versículos não é que o “nosso homem velho” ficaremendado ou melhorado, mas, sim, que para Deus ele acabou na cruz, para darlugar àquilo que é novo em Cristo.A nota tônica, por assim dizer, desse capítulo é a revelação do privilégioque pertence ao crente de se identificar na sua fé e nos seus pensamentos comCristo. Se temos apreciado a verdade da nossa identificação com Cristo na Suamorte, podemos regozijar-nos pela nossa identificação atual com Ele — vivemosnEle diante de Deus, e podemos andar na certeza de que estaremos, mais tarde,identificados com Ele na glória da ressurreição.Romanos 6:9 – 13Diremos aqui que não podemos aprender as verdades que estamosconsiderando, sem que cheguemos a apreciar Cristo na Sua atual condição eposição, porque como lemos “a verdade está em Jesus” (Ef 4:21); nEle vemos averdade exemplificada. O que Deus no Seu amor propõe para nós, vê-se járealizado em Cristo na sua condição de Homem na glória celeste.O versículo 9, assim como o versículo 6, começa com a palavra “sabendo”.É claro que as verdades de que o apóstolo aqui fala devem ser conhecidas portodos nós, os verdadeiros salvos. Prestemos-lhes, portanto, toda a atenção.De que falam então esses versículos? Do triunfo de Cristo! A morte nãomais tem domínio sobre Ele! Mas leiamos para diante: “Pois, quanto a ter morrido,de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus”.O nosso bendito Senhor Jesus foi feito pecado por nós sobre a cruz doCalvário (veja 2 Co 5:21), e ali morreu e saiu da condição e da posição em que,por amor de nós, Se achou identificado com o pecado — de uma vez morreu parao pecado, para nunca mais tornar a tocar nele. E agora? Agora Ele vive comohomem glorioso no céu, e vive para Deus. Deus acha nEle ali o Seu perfeitoagrado. Vemos, assim, manifestado nEle o propósito de Deus a nosso respeito.Como os nossos corações se comovem de amor, e de santo e ardentedesejo ao meditarem nestas palavras — “mortos para o pecado” — “vivos paraDeus”.Conhecendo o amor de Deus, anelamos por corresponder à Sua vontade anosso respeito; queremos que Ele ache agrado na nossa vida aqui: desejamosdar-Lhe aquilo que Lhe apraz. Constrangidos por tais desejos, reconhecendoquantas vezes falhamos nisto, é um verdadeiro gozo para nós vermos que há aomenos Um, Jesus Cristo, que vivendo na glória celeste corresponde em tudo àdivina vontade.Como isto atrai o coração do crente ainda mais para Cristo, e nos ensina aachar deleite nAquele em Quem Deus Se deleita, fazendo crescer em nós o desejode correspondermos aqui àquilo que Ele é ali!Mas isto será possível?Leiamos o versículo seguinte, e leiamo-lo com atenção: “Assim também vósconsiderai-vos como mortos para o pecado; mas, vivos para Deus, em CristoJesus, nosso Senhor”. Temos o privilégio não só de contemplarmos Cristo naglória celeste, mas também do saber que estamos identificados com Ele.Morreu Ele para o pecado?! Sim, e assim temos o privilégio de nosconsiderarmos como tendo sido mortos com Ele. Vive Ele para Deus?!20Certamente, e por isso somos vivos para Deus, nEle. Quanto ao pecado —mortos; quanto a Deus — vivos em Cristo.Não é que o pecado esteja morto, mas nós temos de considerar que pelamorte de Jesus morremos quanto ao pecado. Por isso recusemos continuar a serdominados por ele. Se nos tenta, e se, por assim dizer, quer andar na nossacompanhia, viremos-lhe as costas, considerando-nos mortos para ele.Por outro lado, reconhecemos que doravante estamos no mundo parafazermos a vontade de Deus, e, enquanto esperamos o dia em que havemos deter corpos gloriosos, reconhecemos que os nossos corpos atuais devem serapresentados a Deus a fim de que neles se realize a Sua vontade aqui no mundo.Lemos: “Apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossosmembros a Deus, como instrumentos de justiça”. Bendito privilégio este! Porém, ésó como libertados da condenação e domínio do pecado, como vivos em Cristo,vivos dentre os mortos, que podemos apresentar-nos a Deus.Vendo assim o privilégio que nos pertence, não deixemos de oexperimentar para o nosso gozo e para a glória de Deus.Romanos 6:14 – 23O privilégio de não sermos mais dominados pelo pecado nos é asseguradopela graça divina; não é a Lei, mas sim o conhecimento da graça de Deus, que nosliberta e nos mantém na liberdade. Já não estamos debaixo da Lei, porque a graçade Deus nos tem feito ocupar um novo lugar, como identificados com Cristo emressurreição, onde a Lei não domina.“O pecado não terá mais domínio sobre vós”. Bendita nova! Essa liberdade,contudo, não dá ocasião a andarmos no pecado, porque, é claro, estandolibertados do domínio do pecado não havemos de continuar a servi-lo. Já somosservos da justiça; temos, por assim dizer, mudado de senhores.A liberdade cristã não nos permite andar no pecado, não nos dá licençapara pecar, mas, pelo contrário, é uma liberdade para servirmos a Deus.O antigo serviço debaixo do domínio do pecado não deu resultado algumproveitoso, e no fim havia a morte; agora libertados do pecado, o nosso gozo éservirmos a justiça, e isto resulta em santificação no presente, e no fim haverá avida eterna — vida eterna gozada não como resultado das nossas obras, mascomo resultado da operação da graça divina — como dom gratuito de Deus.Romanos 7:1 – 6Tendo o apóstolo já considerado e demonstrado a maneira pela qualestamos justificados diante de Deus, de como temos vida em Cristo ressuscitado eestamos libertos do domínio do pecado na nossa vida prática, trata agora nestesversículos de nos mostrar o efeito de tudo isto em relação à questão da autoridadee domínio da Lei.Numa palavra, podemos dizer que, por meio da morte de Cristo e da nossaassociação com Ele ressuscitado, estamos fora do alcance do domínio da Lei.Para tornar a questão mais simples o apóstolo faz uma comparação fácil decompreendermos. Cita o caso da mulher com o marido. Enquanto o marido viver, amulher está ligada e ele pela lei, porém, é claro que morrendo o marido, fica elalivre da lei do marido. Outrossim reconhecemos que dois não podem ter domíniosobre ela ao mesmo tempo; mas se o marido morrer está livre para ser de outro.21A lição que tiramos desta comparação é que a Lei tem domínio sobre umapessoa enquanto viver, mas, sobrevindo a morte, essa pessoa fica fora do seualcance. E de mais, uma pessoa não pode, ao mesmo tempo, estar debaixo dodomínio da Lei e também de Cristo: tem de ser de um ou de outro; dos dois nãopode ser.Qual é pois a nossa posição atual como cristãos? Estávamos outrora “nacarne”, isto é quanto à vida em que, como responsáveis vivíamos diante de Deus,estávamos identificados com o pecado e a ruína de Adão; e é sobre pessoas nesteestado ou condição que a lei tem domínio. Sobreveio, porém, a morte — a mortede Cristo — e por esta morte, com que somos identificados, acabou, aos olhos deDeus, a nossa condição como identificados com Adão e saímos dela para sermosidentificados em vida com Cristo.Servindo-nos da comparação acima citada podemos dizer que a nossaconexão com o primeiro marido — a Lei — acabou. Não que ela morresse, a Leifica sempre de pé, mas somos nós, os que temos parte na morte de Cristo, quetemos saído fora daquele estado em que a Lei podia ter domínio sobre nós. Nãoestamos mais “na carne”; assim lemos: “Meus irmãos, também vós estais mortospara a Lei pelo corpo de Cristo”.Mas se não estamos mais sob o domínio da Lei, estamos sob o domíniode Cristo. O primeiro marido disse-nos aquilo que devíamos fazer sem contudonos habilitar ou dar forças para isso; não produzíamos nesse tempo senão pecado— “fruto para morte” (Rm 7:5). Mas agora, na nova posição em que estamoscolocados, e no novo parentesco que temos como identificados com um Cristoressurreto, e debaixo do Seu domínio, podemos produzir fruto para Deus.Qual é, pois, o pensamento de Deus a nosso respeito em tudo isso? É que,gozando nós agora a liberdade em Cristo e estando identificados com Ele edebaixo do Seu domínio, O serviremos “em novidade de espírito, e não na velhiceda letra” (Rm 7:6); isto é, o nosso serviço prestado a Deus não deve continuar aser o resultado de estarmos constrangidos pelas ameaças da Lei, mas, sim, o deestarmos associados, em santa e alegre liberdade, com Cristo agora ressuscitado.Romanos 7:7 – 15Tendo exposto claramente a doutrina a respeito da posição cristã comrespeito ao domínio da Lei, o apóstolo considera agora algumas dificuldades quese podem formar na mente de qualquer pessoa.Por exemplo, se o crente é pela morte de Cristo libertado do domínio dopecado, como já sabemos, quer isto porventura dizer que a Lei é pecado, que éuma coisa má?De maneira alguma. Foi na verdade, por meio da Lei que cheguei aperceber o caráter pecaminoso da minha natureza; mostrou-me ela que nãosomente os meus atos, mas também os meus desejos eram pecado.Quando eu não sentia a força da Lei, a existência do pecado na minhanatureza passou desapercebida para mim — “sem a lei, estava morto o pecado”(Rm 7:8); porém desde que vi como a Lei condena e proíbe até o desejo depraticar o pecado, descobri que tenho uma natureza que ama o pecado. Foimesmo a proibição do desejo que manifestou a existência dessa natureza.O pecado — que é considerado aqui como um inimigo que ataca o crente— servindo-se da proibição da Lei, despertou a vontade própria da minha naturezapecaminosa, que está sempre pronta a resistir a esta e assim me colocou naminha consciência, debaixo da condenação da Lei, debaixo da morte.22“E eu, em algum tempo, vivia sem lei” (Rm 7:9); isto é, com respeito aminha consciência, vivia — imaginava que tinha direito à vida, não sentindo quetinha uma natureza pecaminosa que estava debaixo da condenação da morte.Porém, “vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri”.; isto é, oconhecimento da Lei me fez sentir a força e a existência do pecado em mim, efiquei assim condenado na minha consciência, estremeci debaixo da condenaçãoda Lei, vi que tinha sobre mim a sentença da morte.Desta maneira, como lemos no versículo 10, a Lei, que em si é boa e justae que era para a vida, tornou-se para mim — devido à presença do pecado emmim — em Lei para morte.A Lei disse: “O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm 10:5).Ela foi dada para a vida, porém logo percebi que não podia satisfazer as suasexigências. Cumpri-la, para assim alcançar a vida, me era impossível: tinhadescoberto a presença do pecado em mim, e assim, a Lei apenas me condenava;no meu caso vi que “era para a morte”.Claramente a Lei então é santa, justa e boa, visto que condenaabsolutamente o pecado, quer no desejo, quer no ato de o praticar. Porém, tendo avontade própria da minha natureza sido despertada em oposição ao mandamento,senti-me colocado debaixo da sua justa condenação; quanto à apreciação daminha consciência, posso dizer: “o pecado, tomando ocasião pelo mandamento,me enganou e, por ele, me matou” (Rm 7:11).Ora, tudo isso levanta outra dificuldade. Porventura será esta Lei tão boa esanta, a causadora da minha morte? Não, de modo algum. O causador disso não éa Lei, mas antes o pecado.Tal é o caráter pecaminoso da minha natureza, que a vinda da Lei, perfeitacomo é em si, não podia senão condenar-me. Assim, sei que a Lei é espiritual,mas, em mim — ah!, em mim — está o mal; “sou carnal, vendido sob o pecado”(Rm 7:14). Pela Lei tenho descoberto em mim uma natureza que se revolta contraela, e que ama o pecado. E o que é ainda pior, quando desejo fazer o bem não oposso fazer, e aquilo que faço não o aprovo.Romanos 7:16 – 26“E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa” (Rm 7:16). Istoé um ponto importante, porque na minha mente ponho-me do lado da Lei,condenando as minhas ações, mas não só isso: pois até reconheço que praticandotais atos condenáveis, estes procedem não de mim próprio, mas do pecado quehabita em mim (veja Rm 7:17).Que idéia tudo isto me dá da “carne”, daquilo que sou por natureza! Umacoisa é reconhecer que tenho feito mal, e outra, que não posso fazer o bem —,chegar a saber que “em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm7:18).É custoso reconhecer esse triste fato, contudo é assim que sou levado adistinguir entre aquilo que eu próprio sou, como sendo nascido de Deus, e opecado que habita em mim. Não posso em tais circunstâncias deixar de dizer que“eu faço o que não quero”, porém, analisando tudo isso, vejo, com efeito, que “já onão faço eu, mas o pecado que habita em mim”.Reconheço que há em mim alguma coisa que é de Deus, que ama e aprovaa Sua Lei, e agora identifico-me com isso, com o homem interior”; contudoacho-me sem o poder de pôr em prática o bem que desejo, e ainda mais, percebopresente em mim o pecado que me estorva sempre.23O meu grande desejo é viver para Deus — ser alguma coisa para Deus.Porém, vejo que de um lado estou absolutamente sem poder, e do outro, pelaoperação do pecado mim, que estou sob a sentença de morte.O novo “eu” anela por estar livre para servir a Deus, mas não me possolivrar do velho “eu”, que está ligado ao pecado e, portanto, debaixo da sentença demorte. “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”(Rm 7:24).Absolutamente incapaz de me libertar a mim mesmo, olho ao meu redor eclamo: “Quem, quem me livrará?”E quem pode fazê-lo senão Deus?! Sim, agora vejo que Deus já efetuou aminha salvação, e aprecio, por fim, a verdade a respeito da morte e ressurreiçãode Cristo, e da minha identificação com Ele. “Dou graças a Deus por Jesus Cristo,nosso Senhor” (Rm 7:25).Notemos que a experiência descrita no fim desse capítulo 7 não épropriamente “experiência cristã”, apesar de ser a experiência de muitos cristãos.É a experiência de quem está nascido de novo, e que por isso tem novos desejose sentimentos, mas que não tem pleno conhecimento da verdade do evangelhonem do dom do Espírito Santo. Enfim, trata-se de uma pessoa que, quanto à suaconsciência, tem ainda diante de Deus a responsabilidade de um homem na carnee por isso se acha debaixo do domínio da Lei.De modo algum Paulo está aqui descrevendo a sua experiência comocristão, isto é, a sua experiência na ocasião de escrever essa epístola; mas comoquem tivesse saído do lodo e estivesse em terra firme, descreve a agonia espiritualde quem ainda lá se encontrasse.“Para o mim o viver é Cristo!” É essa a linguagem da verdadeira experiênciacristã (veja Fp 1:21).; assim como também as palavras: “Posso todas as coisasnaquele que me fortalece” (Fp 4:13).Romanos 8:1 – 4Este capítulo abre com uma nota verdadeiramente triunfante: “Portanto,agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”1. E quemhaverá que, ao ler esses versículos, possa deixar de ficar deveras impressionadocom a diferença entre as palavras do capítulo 7, versículo 24 (“Miserável homemque eu sou! Quem me livrará?”) e as do versículo 2 deste capítulo: “A Lei doEspírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou”.Louvado seja Deus! Achamo-nos aqui na presença de um triunfo maior doque qualquer que se possa ler na história humana — o triunfo de Deus; de Deusque coloca os Seus remidos diante de Si livres de toda a condenação, e livrestambém do domínio do pecado e da morte.Aqui podemos citar algumas palavras da epístola aos Efésios: “Mas vós nãoaprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido e nele fostes ensinados,como está a verdade em Jesus” (Ef 4:20-21). Notemos bem as últimas palavrasacima citadas, que são — “a verdade está em Jesus”.Estas palavras encerram um princípio de grande importância para nós nacompreensão do pensamento de Deus a nosso respeito. Toda a verdade arespeito do propósito de Deus para com os crentes de hoje se manifesta napessoa de Jesus — na Sua morte, ressurreição e glória. Portanto, quanto melhor1 As palavras “que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” em alguns manuscritos não constam.Teologicamente não cabem aqui, como se existisse alguma condição à salvação, porém, sim, no versículo 4,onde as lemos de igual modo. — N. do T.24compreendermos a posição dEle, tanto mais capazes seremos de apreciar a nossaposição nEle.Com que alívio descansa agora em Cristo aquele que tiver passado pelatriste experiência contada no capítulo 7, versículos 7 – 24. Naqueles versículos aspalavras que se salientam mais, pelas muitas vezes que se repetem, são ospronomes “eu”, “me” e “mim”, que indicam que a pessoa que fala se ocupa consigoprópria. Agora, no capítulo 8, já tudo aquilo tem passado, e tanto a inteligênciacomo o coração dessa pessoa se ocupam com Cristo.Leiamos então de novo as palavras: “Portanto, agora, nenhumacondenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Talvez alguém pense que istoparece dizer demais. Lembremo-nos, porém, que é Deus que assim nos fala, ebem podemos confiar naquilo que Ele diz.Consideremos por um momento as palavras “em Cristo”. Todo crente háde confessar que nEle tudo é perfeito, e que Ele nada tem de condenação;sabemos que Deus acha nEle toda a Sua complacência.Ora bem, nós crentes podemos dizer pausadamente e, pondo nas palavrastodo o seu sentido, que estamos nEle, que temos vida em Cristo.A vida que temos de Deus em Cristo é inteiramente diferente da que temosem Adão. Quanto a essa última, já foi condenada na morte de Jesus, ao passo quea vida que temos em Cristo, nada tem, nem pode ter, de condenação.Assim iniciamos por apreciar Cristo e a Sua perfeição, e em seguida,sabendo que estamos também atualmente libertados do domínio do pecado emnós, pela introdução deste novo princípio de vida em Cristo; e o poder desta vidaem nós é o Espírito Santo.Vemos, pela fé, com corações agradecidos, a maneira como na pessoa emorte de Seu Filho, feito pecado por nós sobre a cruz, Deus de uma vez parasempre condenou o pecado na carne: a Sua plena sentença contra o pecado foi aliexecutada, e podemos afirmar que Deus não tem mais que dizer a esse respeito.Visto isso, também nós, aceitando o que Deus fez, não devemos ocupar-nos maiscom a carne: mas, recusando satisfazer os seus desejos, considerar que já nãoestamos mais identificados com ela. Dominados então, não mais pelo pecado oupela carne, mas sim pelo poder da nova vida que temos em Cristo, andemos, nãosegundo a carne, mas segundo o Espírito, achando o nosso gozo e prazer emfazer a vontade de Deus.Repetimos, que na morte de Cristo, a plena e justa exigência da Lei, anosso respeito, ficou satisfeita — foi executada a última pena. Agora libertados nopoder de uma nova vida em Cristo, o nosso privilégio é andarmos segundo oEspírito e pelo Seu poder, de maneira que a vida de Jesus se manifeste em nós.Romanos 8:5 – 9O apóstolo nestes versículos torna a falar do contraste que há entre o que éda carne e o que é do Espírito. Vem a propósito aludir aqui as palavras do SenhorJesus “O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito”(Jo 3:6).Neste trecho o apóstolo está tratando das duas classes em que se podedividir o gênero humano, isto é, os que ainda têm necessidade de se converter,que são segundo a carne, e os convertidos, que são, nessa sua condição,segundo o Espírito. Cada qual tem os seus gostos e inclinações, mas como ésolene a posição daquele que ainda precisa se converter, visto que as suas25inclinações o conduzem à morte. Atualmente sofre morte espiritual, mais tardesofrerá a física, e finalmente o que se chama a “segunda morte”, o castigo eterno.Muito diferente é o caso do crente, pois lhe pertencem a vida e a paz. Oapóstolo não está aqui descrevendo exatamente a nossa experiência, masmanifestando as respectivas posições ou caracteres de quem está identificadocom a carne, e de quem está no Espírito.O caráter da carne é o de inimizade contra Deus e tanto assim é, que lemosque a carne “não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Rm 8:7).É, como já temos visto, irremediavelmente má. No versículo 8 lemos: “Portanto, osque estão na carne não podem agradar a Deus”, isto é, enquanto estivermosidentificados, aos olhos de Deus, com o pecado na carne que caiu debaixo da Suacondenação na cruz, não podemos agradar-Lhe.Qual é então a posição do cristão? A resposta a esta pergunta encontra-seno versículo 9: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito”. Assim é queDeus nos considera; somos salvos, e como tais não estamos na carne.Porém, é preciso reparar bem a quem se referem estas palavras.Referem-se só às pessoas convertidas e salvas e não a qualquer pessoa queapenas se diz cristã. “Não estais na carne, mas sim no Espírito, se é que o Espíritode Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal nãoé dele”. Bem-aventurada é a sorte daquele que sabe que o Espírito de Cristohabita nele. Como é aqui excluído todo o engano e toda a hipocrisia! Cada um temde se haver individualmente com Deus; a bênção vem só dEle; e é preciso quetenhamos o selo divino.Será bom aqui perguntarmos a nós próprios se porventura podemoslevantar os nossos corações a Deus em grata adoração, sabendo que em verdadeestamos em Cristo diante dEle e não mais em Adão; que Ele nos vê como estandono Espírito e não na carne? Não é isto uma questão de considerarmos os nossossentimentos, nem de pensarmos na nossa experiência, mas sim de aceitarmos otestemunho de Deus, e de confiarmos nEle.O importante não é o que nós pensamos, mas aquilo que Ele diz; não o quenós vemos, mas o que Ele vê.Romanos 8:10 – 17Temos visto que Deus nos considera identificados com Cristo, vivos nopoder do Espírito Santo. Porém, então, se Cristo está em nós, não podemos deixarde reconhecer que o nosso corpo deve cessar de ser o instrumento do pecado;mas a vida antiga não pode produzir senão pecado. Se porém Cristo estiver emnós como a fonte e o poder de uma nova vida, o corpo, enquanto a vontade dacarne está, por assim dizer, morto; mas, debaixo do domínio do Espírito Santo, epor meio dEle, torna-se o instrumento para a manifestação da justiça.O Espírito Santo que é o novo poder da vida no crente, é a única fonte dobem em nós e o único poder para a sua manifestação.Além disto temos, pela presença do Espírito Santo em nós, a prova de queaté os nossos corpos mortais também hão de desfrutar mais tarde os gloriososresultados da ressurreição de Cristo, sendo conformados à semelhança do corpoglorioso do Senhor. Assim todo o nosso ser — espírito, alma e corpo — gozará osefeitos da plena redenção.Tendo sido desta maneira libertados por Deus, não somos devedores àcarne para vivermos segundo as suas inclinações, mas antes pelo contrário, pormeio do Espírito Santo mortificamos as obras do corpo.26Deus não fala em mortificarmos os nossos corpos, mas as obras do corpo,e isto só pode ter lugar por meio da nova vida em Cristo. Procedendo assim,viveremos e desfrutaremos os gozos da vida nova.Agora, no versículo 14, lemos a maravilhosa verdade de que aqueles queassim são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.O crente descansa, assim, no gozo do pleno amor de Deus, tendo recebidoo Espírito de adoção, pelo qual clama: “Pai!”.E notemos que o sermos “filhos de Deus” é uma conseqüência daredenção, de sermos identificados com Cristo na Sua vida atual e de termosrecebido o Seu Espírito. Somente dos verdadeiros crentes se pode dizer que são“filhos de Deus”; todos os homens são criaturas de Deus, Ele é o Criador de todos,mas Deus não é Pai de todos nos sentido das palavras que estamosconsiderando. Ele é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e todos que em Cristocrêem podem dizer: “Ele é o nosso Deus e o nosso Pai também”.Esta sublime bênção é o resultado da nossa associação no poder da vidaeterna com Cristo, e o Espírito que em nós habita testifica com o nosso espíritoque assim é.Sendo, pois, filhos, somos também herdeiros de Deus, e co-herdeiros deCristo. Cristo, porém, sofreu aqui, como não podia deixar de sofrer, visto queandava no meio do pecado e da tristeza do mundo, e a nós nos é concedido oprivilégio de termos comunhão com Ele no sofrimento aqui no lugar da Suarejeição; mas isto terá como conseqüência, mais tarde, a nossa comunhão comEle no lugar da Sua glória.Romanos 8:18 – 27Andamos, então, aqui como filhos de Deus, aguardando o dia damanifestação da glória e, nesse espírito, Paulo disse: “para mim tenho por certoque as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que emnós há de ser revelada” (Rm 8:18).E ainda mais quando chegar o dia em que o povo de Deus, agoradesprezado no mundo, se há de manifestar em glória, então a inteira criação quetem estado sujeita à corrupção pelo pecado de Adão, experimentará a liberdade daglória dos filhos de Deus. Oh! Que dia glorioso há de ser aquele em que nóshavemos de estar manifestados em glória com Cristo!Lemos que a criação inteira geme e sofre, e não só ela, mas também nósgememos em nós mesmos, esperando pelo dia em que Cristo há de manifestar oSeu poder para a redenção dos nossos corpos.Nós já gozamos as primícias do Espírito e desfrutamos a liberdade dosfilhos de Deus, porém desejamos muito deixar completamente o que é da velhacriação, e por isso gememos, anelando pelo momento em que isso se há derealizar. Não desfrutamos ainda o pleno resultado da salvação — tendo recebido operdão dos nossos pecados, sendo justificados, tendo recebido o Espírito Santo, eestando assim livres em nossos espíritos, esperamos pelos corpos gloriosos quehavemos de receber. Assim esperamos com paciência por esse bem que aindanão vemos.Nesse meio tempo a oração é necessária, não é? E, bendito seja Deus,lemos que, não sabendo nós o que havemos de pedir como convém, o Espírito orapor nós. Ele mesmo, segundo a vontade de Deus, intercede por nós.27Romanos 8:28 – 30Chegamos agora a uma revelação verdadeiramente maravilhosa. Oapóstolo diz: “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bemdaqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm8:28).Consideremos um pouco essas palavras, começando pelas últimas:“chamados segundo o Seu decreto”.Essas palavras nos falam do decreto ou propósito de Deus e, para aqueleque conhece a Deus, o quanto é agradável pensar que Ele tem um propósito firmea respeito dos Seus, com respeito à glória de Cristo e à satisfação do Seu próprioamor, propósito cuja realização nada há que a possa impedir.Que momento alegre é para qualquer pessoa, quando pela primeira vezaprecia o que é deixar o terreno da sua própria responsabilidade, para se acharidentificada com o propósito de Deus; sendo esse o terreno em que tudo dependeda graça, amor e poder de Deus.Notemos agora que está escrito que todas as coisas contribuem para o bemdaqueles que amam a Deus e que são por Ele chamados.É possível que alguém pergunte: Poderá este ou aquele fato contribuir parao meu bem? A isso responderemos com outra pergunta. Não será porventura odito fato incluído nas palavras “todas as coisas”? Com toda certeza que sim.Aceitemos então sem reserva aquilo que Deus nos diz.Porém, talvez alguém sinta que isso não acontece consigo; pelo menosvemos na vida prática que muitos crentes se queixam daquilo que lhes acontece,fazem murmurações e mostram-se perturbados. Como se explica isso? Semdúvida pela falta de fé e de confiança no amor de Deus.Qual será, pois, ao segredo que nos leva a dizer triunfantemente: “Sabemosque todas as coisas contribuem para o nosso bem?” O segredo de tal certezaencontra-se no conhecimento do amor de Deus.Quais são aqueles que amam a Deus? Seguramente são os quedescansam no gozo do Seu amor por eles. É claro, portanto, que se somosmantidos diariamente no gozo do amor divino, e se apreciamos o fato de sermoschamados por Ele e identificados com o Seu propósito eterno, não podemos deixarde reconhecer que todas as coisas têm por força de contribuir para o nosso bem,visto que nEle o amor é ligado ao poder onipotente. Assim aconteça o queacontecer, confiados no amor de Deus diremos: “Sabemos que tudo há decontribuir de qualquer maneira para o nosso bem”; e assim poderemos dar graçasa Deus por todas as coisas, como é a vontade do Senhor.O versículo 29 explica-nos qual é o propósito de Deus a nosso respeito.Somos chamados para sermos conformes à imagem de Seu Filho, para que seja oPrimogênito entre muitos irmãos. Bendita esperança! Seremos conformes a Ele eestaremos com Ele. Ele em tudo terá a preeminência, mas nós estaremos comEle. E tão certo é este propósito de Deus, que o apóstolo fala como se tudo já setivesse realizado, dizendo: “Aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm8:30).Sim, bendito seja Deus, a obra iniciada aqui por divina graça, será levadaao cabo ali em divina glória.28Romanos 8:31 – 39Tendo agora chegado ao fim desta maravilhosa manifestação doEvangelho, e tendo visto o que é o propósito de Deus a nosso respeito, que podemos nossos corações responder a tudo isso? Exclamaremos exultantes: “Deus épor nós!”.E será porventura possível que Aquele que não deixou de entregar por nóso Seu próprio Filho, nos não daria seja o que for, desde que contribua para onosso bem? Não, isso não; Deus há de dar-nos com Cristo todas as coisas.Notemos bem as palavras “com Ele”. Não nos dará nada que nos possa afastardEle, mas com Ele nos dará todas as coisas.Outra vez repetimos: “Deus é por nós”. Se for questão de dar — Ele nosdará com Cristo todas as coisas (veja Rm 8:32). Se for questão de alguém intentaracusação contra o Seu povo — Ele o justificará (veja Rm 8:33). Se for questão dasdificuldades e perigos que nos cercam — seremos mais do que vencedores porAquele que nos amou (veja Rm 8:30). Diremos mais, que o sermos “vencedores”seria já uma grande coisa, mas Deus nos faz mais do que vencedores.Podem haver dificuldades, perseguições ou perigos, mas Cristo quemorreu, e está ressuscitado e no lugar de poder à direita de Deus, interessa-Sepor nós constantemente, e intercede por nós. Portanto, forçosamente havemos devencer; mas ainda mais, das mesmas dificuldades e perigos havemos de tirarmuito proveito, chegando, assim, a ser mais do que vencedores, porque comotemos já visto, todas as coisas hão de positivamente contribuir para o nosso bem eapenas nos fornecem ocasiões para experimentarmos mais o amor pessoal deCristo.O apóstolo conclui este capítulo dizendo que está certo de que nada há,nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem coisaspresentes, nem futuras, que nos possa separar do amor de Deus.O amor divino é mais forte do que tudo, e é nos manifestado e asseguradoem Cristo Jesus, nosso Senhor, nAquele que venceu todo o poder do mal e damorte e está atualmente sobre o trono de Deus.O amor divino fica sendo eternamente o mesmo, e bem-aventurado é quempode dizer: “Estou certo de que nada me poderá separar do amor de Deus queestá em Cristo Jesus”.A pessoa que assim conhece a Deus, sabe verdadeiramente gloriar-senEle.Bem podemos dizer aqui: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co1:31).

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